Vestir a camisa: mudanças geracionais e o novo sentido de pertencimento nas empresas Por Vanessa Freitas

Artigo nº22
Você já parou para observar como mudou o significado da expressão “vestir a camisa da empresa”? Eu cresci ouvindo essa frase como sinônimo de dedicação, comprometimento, entrega total. Era quase um juramento silencioso: “estou com vocês até o fim”. Só que o tempo passou e o fim, para muita gente, veio antes da aposentadoria em forma de burnout, adoecimento mental, rupturas familiares.
Hoje, ao conversar com jovens profissionais, percebo que eles não rejeitam o compromisso, mas querem construir um tipo diferente de vínculo. Eles buscam pertencimento, mas sem abrir mão de si mesmos. Querem crescer, contribuir, performar mas também querem viver.
E aqui está o ponto que muitos líderes ainda resistem a compreender: boa parte da nova geração não está menos comprometida ela está mais consciente. Eles viram seus pais adoecerem por darem tudo a empresas que, muitas vezes, não devolveram na mesma medida. Eles não querem repetir esse ciclo.
Como líderes, precisamos rever nossos parâmetros de lealdade. O colaborador de hoje veste a camisa de quem o escuta, o respeita e oferece um ambiente saudável de crescimento. Ele se engaja com uma cultura clara, valores coerentes e com líderes que inspiram, não que cobram por uma devoção cega.
É hora de abandonar a nostalgia do “no meu tempo era assim” e abrir espaço para novas formas de engajamento. Porque vestir a camisa, hoje, significa fazer parte de um time que respeita a sua saúde, o seu tempo, a sua voz.
Se queremos equipes engajadas, precisamos oferecer o que faz sentido. Não apenas metas a serem batidas, mas propósitos compartilhados. Não apenas crachás, mas reconhecimento. Não apenas cargos, mas caminhos para o desenvolvimento e aprendizado contínuo.
E como liderar essa nova geração com sucesso? Aqui vão três estratégias fundamentais:
- Pratique a escuta ativa e a gestão por diálogo
Essa geração quer ser ouvida. Abra espaço real para feedbacks, sugestões e conversas francas. Não use o diálogo como formalidade, transforme-o em ponte para decisões mais humanas e assertivas. - Invista em desenvolvimento, não em controle
Essa geração quer crescer com propósito. Substitua o excesso de vigilância por um plano de desenvolvimento individual realista, com mentorias, trilhas de aprendizagem e metas que façam sentido no contexto pessoal e profissional do trabalhador. - Cultive um ambiente emocionalmente saudável
Não adianta exigir performance sem dar condições para isso. Incentive pausas, respeite os limites, normalize conversas sobre saúde mental. Um ambiente seguro emocionalmente é o novo diferencial competitivo.
A liderança do presente precisa ser menos autoritária e mais relacional, menos controladora e mais conectada. Porque a nova geração já entendeu: vestir a camisa não é se anular. É pertencer sem adoecer.
Você, líder e empresário capixaba pensa diferente disso?
Até a próxima semana,
Por Vanessa Freitas
Empresária e especialista em liderança, comportamento humano e desenvolvimento de pessoas
Colunista da Liderança em Foco – Portal Foco no ES
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