Samarco anuncia investimento de até R$ 13 bilhões e prevê aumento da produção até 2028

A Samarco anunciou que pretende investir até R$ 13 bilhões para retomar 100% de sua capacidade produtiva até 2028. O plano inclui a reativação de usinas no Espírito Santo e em Minas Gerais, além da implantação de novas estruturas para disposição de rejeitos sem uso de barragens.

O projeto prevê a geração de empregos diretos e indiretos, com foco na ampliação das operações. Embora a empresa ainda não tenha divulgado oficialmente detalhes sobre contratações, lideranças empresariais e sindicais apontam que os salários estão acima da média do mercado capixaba.

Entre os benefícios oferecidos estão Participação nos Lucros ou Resultados, previdência privada, assistência médica e odontológica, entre outros. Cargos de nível técnico podem ter salários superiores a R$ 5 mil, enquanto posições em engenharia ultrapassam os R$ 15 mil.

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Espírito Santo (ABIH-ES) e secretário de Turismo de Guarapari, Fernando Otávio Campos, a média salarial da empresa pode ser até quatro vezes superior à média paga em cidades vizinhas, como Guarapari, próxima à unidade de Ubu, em Anchieta.

Para o CEO da DVF Consultoria, Durval Vieira de Freitas, a reativação das Usinas de Pelotização 1 e 2 exigirá atualização tecnológica e troca de equipamentos:

“Essas unidades estão paradas desde 2015 e precisarão de equipamentos modernos, com automação e inteligência operacional integradas”.

Já o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo (Sindimetal-ES), Max Célio de Carvalho, alerta que os salários oferecidos por empresas terceirizadas para as obras são menores do que os praticados no quadro próprio da mineradora:

“No quadro técnico operacional terceirizado, os salários podem ser até a metade dos pagos diretamente pela Samarco”.

Histórico e produção

A produção da Samarco foi interrompida em 2015 devido ao rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), que causou um dos maiores desastres ambientais da história do país. As atividades foram retomadas em 2020 de forma gradual.

Atualmente, a empresa opera com 60% da capacidade produtiva e, em 2024, produziu 9,7 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério de ferro. Desde a retomada, já foram produzidas 39,5 milhões de toneladas, com 397 navios embarcados.

A expectativa é que, com a reativação de estruturas no Espírito Santo e em Minas Gerais, a produção chegue a 15 milhões de toneladas em 2025 — o dobro do registrado em 2020.

Próximos passos

O projeto de retomada plena envolve a reativação de usinas em Ubu (ES), o retorno do Concentrador 3 em Germano (MG) e a ampliação da planta de filtragem de rejeitos. A estimativa de investimento de R$ 13 bilhões ainda está em revisão, com conclusão dos estudos prevista para o segundo trimestre deste ano. A aprovação final depende da Governança e do Conselho de Administração da companhia.