Segurança Reforçada: ES Planeja Implementar Reconhecimento Facial até o Fim de 2024
Hoje, o Cerco Inteligente consegue identificar veículos. Com a nova tecnologia, será possível identificar foragidos da Justiça e pessoas desaparecidas, por exemplo
O Espírito Santo vai contar, em 2024, com um módulo de reconhecimento facial interligado ao sistema do Cerco Inteligente para ajudar no combate ao crime.
O edital para contratação do módulo de reconhecimento facial do Cerco de Inteligência da Polícia Civil deve ser publicado em até 15 dias. A informação foi passada nesta terça-feira (2) em coletiva do governo do Estado.
De acordo com o subsecretário de Transformação de Digital da Secretaria do Governo, Victor Murad, o reconhecimento facial será realizado por um novo software instalado ao Cerco de Inteligência, feito especificamente para esta função.
Atualmente, o Cerco Inteligente consegue, através de câmeras e computadores interligados, realizar a identificação de veículos por meio das placas e das características de carros, motos, caminhões, por exemplo.
Com a nova tecnologia, será possível identificar foragidos da Justiça e pessoas desaparecidas, por exemplo.
Durante a coletiva, o governador Renato Casagrande (PSB) confirmou a publicação do edital de contratação nos próximos dias e prometeu que o circuito de identificação por placa, característica de veículos e reconhecimento facial será concluído este ano.
“Isso vai estar vinculado a nossa plataforma do Cerco Inteligente. Este ano a gente completa esse circuito, a característica do veículo, a placa do veiculo e a identificação facial tudo na mesma plataforma. Isso vai permitir que a gente tenha mais um instrumento de controle no nosso Estado”.
Mil novas câmeras e mais 70 computadores
O reconhecimento facial seria um aprimoramento da tecnologia. Para a implantação, serão adquiridos mil novas câmeras de segurança e 70 novos computadores.
O reconhecimento será realizado por meio de cadastramento facial da população do Espírito Santo, ao montar um banco de dados com esta biometria. A intenção é o reconhecimento imediato de cada indivíduo por meio das câmeras de segurança.
O maior desafio para aplicação total da tecnologia, de acordo com o subsecretário, é a montagem desse novo banco de dados da população capixaba, o que deve ser feito por meio da captura da biometria facial de cada cidadão.
“A coisa mais difícil, que não vem nas prateleiras, não vende nas lojas, é o banco de dados. A gente está se estruturando primeiro para que tenhamos o reconhecimento facial de maneira cadenciada, ou seja, identificando a população civil, seja ela carcerária ou o cidadão comum”, contou Victor Murad.
Ainda segundo o subsecretário, esse processo pode ser simplificado por meio da adesão da população à nova carteira de identidade digital, uma vez que a biometria seria feita imediatamente.
Para ser considerada eficaz, a tecnologia deve ter pelo menos 90% de acuracidade, ou seja, a imagem capturada pelas câmeras deve ser compatível com as informações que constem no banco de dados.
“Você compara esse banco de dados com o que as câmeras estão enxergando. A nossa dificuldade é criar esse banco de dados, mas estamos trabalhando desde 2022 com a nova identidade, melhorando o Detran, melhorando a polícia técnico-científica, melhorando os postos de identificação e cadastrando a população carcerária”.
Murad explicou que, atualmente, 100 mil pessoas já utilizam a nova carteira de identidade no Espírito Santo, mas medidas de incentivo, realizadas pelo governo estadual, ainda devem entrar em vigor.
100% dos presos cadastrados em 2024
Quanto à população carcerária, ela está sendo cadastrada diretamente pela Sesp. Ao todo, 5 mil detentos, dos 23 mil em prisões do Espírito Santo, já estão cadastrados, a intenção é realizar 100% do cadastramento até o fim de 2024.
O subsecretário relata ainda que já existem parcerias entre a Sesp e Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs) em diversos municípios capixabas, além da Federação de Comércio do Espírito Santo (Fecomércio) e Associação de Supermercados.
A ideia é que as imagens captadas por lojas e supermercados possam auxiliar o Estado na captura de criminosos.
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