Marcelo Santos: Novo Rumo Político no ES

Marcelo Santos: Novo Rumo Político no ES

Com apetite político aparentemente insaciável, presidente da Assembleia, em parceria com Hudson Leal, agora domina sigla que apoiou Lula em 2022

Cleveland é o nome de uma grande cidade, com a população do tamanho de Vitória, no estado norte-americano de Ohio. É o mesmo estado onde nasceram os dois maiores jogadores de basquete mundial em atividade nos últimos 20 anos: Stephen Curry e Lebron James. O segundo fez história jogando pelo time da cidade, o Cleveland Cavaliers, liderado por ele rumo ao título da NBA em 2016.

Cleveland, podem acreditar, é também o nome do novo presidente estadual do partido Solidariedade (SD).

Cleveland Fraga Venancio, ou Clevinho, como é mais conhecido, é servidor da Assembleia Legislativa e um indiscutível aliado do presidente da Casa, Marcelo Santos (Podemos). Foi colocado em quadra por Marcelo. Jogando na posição estratégica, dará toda a assistência ao deputado para que ele possa marcar ainda mais pontos no jogo eleitoral deste ano e no de 2026.

Metáforas geográficas e esportivas à parte, o fato é que Marcelo acaba de tomar o controle de mais um partido político no Espírito Santo. O Solidariedade, até então presidido por Douglas Pinheiro, agora passou para as mãos do presidente da Assembleia – em um movimento antecipado por esta coluna na semana passada e concretizado nesta quarta-feira (31).

Para isso, Marcelo se articulou diretamente com os dirigentes nacionais do partido em São Paulo. Chegou a conversar, por videoconferência, com o deputado federal Paulinho da Força, a quem conseguiu convencer. O deputado e sindicalista é o atual vice-presidente nacional do Solidariedade, presidido por ele até o fim do ano passado.

Na Assembleia Legislativa, por nomeação de Marcelo, Clevinho ocupa o cargo de subdiretor de Segurança Legislativa. Ele também é empresário com atuação na região da Grande São Pedro, em Vitória.

O movimento de “tomada” do Solidariedade no Espírito Santo também teve a participação do deputado estadual Hudson Leal (Republicanos). Clevinho também é ligado politicamente ao deputado.

Primeiro vice-presidente da Assembleia, Hudson é “sócio político” de Marcelo na empreitada. De fora, também deve passar a exercer influência sobre os rumos do partido. Na prática, tanto Marcelo como Hudson devem preencher com aliados as chapas de vereadores do Solidariedade nos municípios capixabas onde o partido estiver constituído, mirando as eleições de outubro.

Contando Clevinho, a nova Comissão Executiva Provisória do Solidariedade no Espírito Santo é formada por sete membros. Os cavaleiros e guardiões* de Marcelo e Hudson no Solidariedade são todos servidores comissionados da Assembleia, vinculados a ambos os deputados. O novo secretário-geral da sigla, Edinho Maioli, é supervisor da Comissão de Política sobre Drogas. Ele já foi colaborador do deputado federal Gilson Daniel, presidente estadual do Podemos (oficialmente, o partido de Marcelo).

A nova composição já consta oficialmente no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e vale a partir desta quarta-feira (31).

Com a tomada do Solidariedade, Marcelo amplia ainda mais um projeto de expansionismo político que parece não ter fim. Insaciável, o presidente da Assembleia também assumiu, na semana passada, o controle no Espírito Santo do Partido Renovação Democrática (PRD), resultante da fusão entre o Patriota e o PTB.

A estratégia foi muito parecida: articulação direta com os dirigentes nacionais e nomeação de uma Comissão Executiva Provisória no Espírito Santo, composta quase integralmente por auxiliares diretos de Marcelo (comissionados na Assembleia) e presidida por uma pessoa de confiança dele: a secretária da Casa dos Municípios no Legislativo Estadual, Joelma Costalonga.

O projeto de expansão de Marcelo também demonstra-se supraideológico. Na última eleição presidencial, o PTB, uma das siglas que originou o PRD, radicalizou como partido de direita e lançou a candidatura de Kelmon Luis da Silva Souza, o “Padre” Kelmon, flagrantemente colocada a serviço de Jair Bolsonaro (PL).

O Solidariedade, por sua vez, apoiou Lula e fez parte da coligação Brasil da Esperança.

 

Fonte: Es360