IPS orienta segurados e população a respeito da perda auditiva relacionada ao trabalho
De acordo com o último Relatório Mundial sobre Audição, publicado em 2021 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo, ou uma a cada quatro pessoas, viverão com algum grau de perda auditiva até 2050 e, pelo menos, 700 milhões desses indivíduos precisarão de acesso a cuidados auditivos e outros serviços de reabilitação, caso medidas de prevenção não sejam tomadas.
E, infelizmente, no que envolve o adoecimento auditivo, boa parte das causas está relacionada às atividades realizadas durante a jornada laboral, o que se costuma chamar de Perda Auditiva Relacionada ao Trabalho ou Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair).
Devido ao impacto negativo que esse tipo de enfermidade pode causar, o Instituto de Previdência dos Servidores da Serra (IPS) preparou um material com perguntas e respostas para orientar os segurados e a população sobre o tema.
Ele é fruto de uma parceria entre a médica perita Raquel Pires de Mesquita e o Departamento de Previdência (Deprev). Leia e compartilhe com o máximo de pessoas que puder.
O que é a Pair e em quais trabalhadores essa doença é mais frequente?
A Pair é uma perda do tipo neurossensorial, ou seja, atinge o nervo auditivo, o qual é responsável por levar as informações do som que adentra no ouvido até o cérebro ou à cóclea, uma estrutura do ouvido interno.
Geralmente, a Pair é bilateral, irreversível e progride com o tempo de exposição ao ruído, prejudicando, principalmente, pessoas que trabalham com vibração, calor e substâncias químicas, que é o caso de ramos como a siderurgia, metalurgia, gráfica, têxtil, construção civil, agricultura, transportes e telesserviços.
Quais são os principais sintomas da Pair?
Há sintomas auditivos e não-auditivos. Entre os auditivos mais frequentes, pode ocorrer perda auditiva, zumbidos e dificuldade no entendimento da fala e, nos de menor frequência, intolerância a sons intensos, sensação de audição “abafada” e dificuldade na localização da fonte sonora.
Já em relação aos sintomas não-auditivos, os mais frequentes são as alterações do sono e os transtornos neurológicos, vestibulares (relativos à audição e equilíbrio do corpo), digestivos, comportamentais e da comunicação.
A doença pode causar ainda outros dois tipos de transtornos: cardiovasculares e hormonais.
Há algum tipo de tratamento para a Perda Auditiva Relacionada ao Trabalho?
Não. Por isso, é preciso notificar o caso e acompanhar a progressão da perda auditiva por meio de avaliações periódicas.
Mas há algum tipo de prevenção?
Sim. O ideal é que a empresa ou órgão público mantenha uma Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e que sejam tomadas ações relacionadas ao controle de ruído na trajetória, fonte e indivíduo.
Qual médico devo procurar?
É recomendável buscar um otorrinolaringologista. Esse profissional realizará um teste de audiometria e fará a avaliação completa do caso.
Esse tipo de perda pode me deixar incapaz para trabalhar?
Não, mas pode ocasionar limitações na realização de tarefas. Sendo assim, é muito importante o diagnóstico precoce e que o paciente seja orientado quanto às medidas de reabilitação e adequação do ambiente de trabalho, de modo que a doença não se agrave.
Fonte: PMS
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