De Olho na La Niña: Previsões e Impactos no Clima para 2024

De Olho na La Niña: Previsões e Impactos no Clima para 2024

O fenômeno climático natural La Niña deve começar a dar sinais no Brasil a partir do 2º semestre de 2024 e mudar, mais uma vez, as estações

O Brasil tem sofrido os impactos gerados pelo fenômeno climático El Niño nos últimos meses. E os meteorologistas e cientistas já estão de olho nas condições que o país deve enfrentar no próximo semestre. O motivo? A incidência da La Niña, que altera, mais uma vez, o regime de chuvas em diferentes regiões.

O El Niño é responsável pelo aquecimento das águas do Oceano Pacifico. O fenômeno climático é marcado por causar secas extremas no Norte e Nordeste e enchentes na Região Sul. A La Niña, por outro lado, é caracterizada pelo resfriamento do Oceano Pacífico, o que provoca aumento nas chuvas registradas no Norte e Nordeste do país, além de seca na Região Sul.

A La Niña é um fenômeno natural de resfriamento além do normal das águas do Oceano Pacífico tropical central e leste. El Niño seria a fase oposta, de aquecimento além do normal das águas do Oceano Pacífico tropical central e leste”, explica Luciana Figueiredo Prado, professora e pesquisadora da Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

 

A meteorologista Andrea Ramos, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), afirma que a La Niña também deve provocar temperaturas mais baixas na Região Centro-Oeste. E lembra que foi durante o mesmo fenômeno que o Distrito Federal registrou o dia mais frio da história, em 2022. Os termômetros marcaram 1,4ºC na estação meteorológica do Gama, em 19 de maio daquele ano.

A professora Luciana Prado ressalta ainda que o El Niño deve começar a enfraquecer em maio e junho, e logo em seguida o Brasil sentirá os efeitos da La Niña. “No entanto, ela deve atingir seu ápice apenas no fim do ano, em dezembro”, complementa.

Eventos climáticos extremos

O ano de 2023 foi marcado por eventos climáticos extremos, como a seca no Amazonas e o registro de ciclones extratropicais no Rio Grande do Sul. Ambos os fenômenos causaram danos à população, como mortes e dificuldade de acesso a itens de primeira necessidade, como água e alimentos.

Segundo a Defesa Civil do Amazonas, todos os 62 municípios do estado foram classificados em situação de emergência devido à estiagem histórica da região.

O Rio Grande do Sul foi afetado pela passagem de ciclones extratropicais. Em setembro, o fenômeno deixou ao menos 49 mortos, além de estragos em diferentes municípios. Por outro lado, o Centro-Oeste sofreu com a incidência de ondas de calor. As temperaturas no Mato Grosso, por exemplo, ultrapassaram os 40ºC.

Fonte: Metrópoles.com