Cultura de bem estar parental: um olhar sobre os desafios e estratégias para uma gestão humanizada

Cultura de bem estar parental: um olhar sobre os desafios e estratégias para uma gestão humanizada

Você sabia que 48% das mulheres que se tornam mães acabam abandonando suas carreiras? Esse dado, tão impactante quanto triste, me fez refletir profundamente sobre como podemos, como empresários e líderes, criar ambientes mais acolhedores e inclusivos, principalmente para as mulheres que desejam conciliar a maternidade com sua vida profissional.

Um conceito importante que gostaria de trazer aqui é o do “degrau quebrado” (broken rung). Ele reflete como as mulheres, especialmente aquelas que estão ascendendo em suas carreiras, muitas vezes enfrentam barreiras invisíveis que dificultam seu avanço profissional. Quando uma mulher se ausenta devido à maternidade, pode sofrer retaliações ou preconceitos, sendo vista como “menos comprometida” ou “menos capaz”. Esse preconceito estrutural reforça o degrau quebrado, interrompendo o progresso de muitas profissionais talentosas. Reconhecer e corrigir essa realidade é essencial para qualquer empresa que queira construir um ambiente verdadeiramente inclusivo e justo.

Além disso, é fundamental lembrarmos que as demandas de uma mãe podem ser diferentes das de um pai, e reconhecer essas diferenças com empatia é o primeiro passo para criar um ambiente inclusivo de verdade. Não se trata de tratar todos de forma igual, mas de maneira justa, promovendo a equidade e considerando a individualidade de cada situação.

Falar sobre isso é essencial para a conscienticação do nosso papel como líder e empresário para promovermos uma cultura organizacional que realmente apoie as famílias. Afinal, o mundo do trabalho está mudando, e é hora de abraçarmos um modelo de liderança mais humano e empático.

Quando falamos em cultura organizacional de bem-estar parental (family friendly), estamos indo além de simples políticas de licença-maternidade ou paternidade. Trata-se de promover um ambiente de equidade, onde mães e pais possam exercer suas funções profissionais sem se sentirem penalizados ou preteridos devido às suas responsabilidades familiares.

Uma cultura family friendly valoriza a individualidade e compreende que o apoio às necessidades familiares é um investimento na saúde e produtividade de todos os colaboradores.

Mas, por onde começar? Aqui estão algumas iniciativas que podem transformar sua organização em um ambiente mais inclusivo e acolhedor:

  1. Apoio no retorno da licença: crie agendas de reintegração e alinhe expectativas com os profissionais que estão retornando ao trabalho, oferecendo suporte emocional e organizacional.
  2. Licença-paternidade estendida e remunerada: reduza o viés de gênero na contratação e incentive a participação ativa dos pais na criação dos filhos, promovendo a igualdade dentro e fora do ambiente de trabalho.
  3. Jornadas flexíveis: ofereça horários negociáveis, home office, modelos híbridos ou trabalho por demanda, garantindo maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
  4. Programas de mentoria: estabeleça redes de mentoria para orientar e apoiar profissionais em sua trajetória de carreira, especialmente aqueles que enfrentam desafios relacionados à parentalidade.
  5. Avaliações de desempenho e recrutamento inclusivos: adote um olhar afirmativo para figuras parentais, especialmente mulheres, reconhecendo suas habilidades e competências de forma justa.
  6. Criação de redes de apoio: estimule a formação de grupos de afinidade e redes de colaboração dentro da empresa para fortalecer vínculos e trocar experiências.
  7. Políticas claras de não retaliação: garanta que profissionais que precisam conciliar filhos e carreira sejam protegidos contra discriminação ou prejuízo em suas oportunidades de crescimento.
  8. Salas de amamentação e auxílio-creche: ofereça infraestrutura como salas de amamentação ou creches nas dependências da empresa, priorizando o cuidado com crianças na primeira infância.
  9. Programas de apoio psicológico: disponibilize suporte emocional para todos os colaboradores, incluindo pais, mães e profissionais sem filhos, promovendo bem-estar geral.
  10. Sensibilização e educação: promova treinamentos sobre estereótipos de gênero, formando pais mais participativos e líderes mais empáticos.
  11. Diálogo aberto: crie espaços onde as pessoas possam compartilhar suas necessidades e desafios, permitindo a construção de soluções que realmente atendam às demandas dos colaboradores.

Com essas iniciativas, sua empresa estará no caminho certo para construir uma cultura organizacional que valorize e respeite as necessidades dos colaboradores e suas famílias, fortalecendo a equidade e o engajamento de todos.

Como empresários e líderes capixabas, temos a oportunidade de liderar pelo exemplo. Ao investir em uma cultura organizacional que apoie a vida pessoal dos colaboradores, estamos plantando sementes de lealdade, engajamento e produtividade. E você? Já parou para pensar no que pode fazer para tornar sua empresa mais acolhedora para as mães, pais e suas famílias?

Deixe-me saber o que você pensa sobre o tema. Quem sabe juntos não podemos transformar nosso Estado em um exemplo de gestão humanizada?

Estou curiosa para ouvir suas ideias e experiências!

Até o próximo “Liderança em Foco”! 🚀

 

@avalonconsultoria

@vanessafreitas.mentora

 

Por Vanessa Freitas

Empresária, Mentora de Liderança, Gestão e Carreira, Psicopedagoga e Neuropsicopedagoga Institucional e Clínica, Educadora Corporativa.

Contato: [email protected]