Crianças da Capital Aprendem sobre Diversidade Cultural em Projeto Inspirador.
Na turma do Grupo 5A do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Sinclair Philips, em Caratoíra, a magia das brincadeiras africanas está transformando o aprendizado em uma jornada lúdica e cheia de respeito às diferentes etnias. A professora Elisangela dos Santos lidera esse projeto inspirador que visa não apenas ensinar, mas também celebrar a cultura africana, estimular a autoestima e o respeito à diversidade desde cedo.
O projeto surgiu da percepção da professora Elisangela de que algumas crianças mantinham brincadeiras que reproduziam preconceitos entre elas. Determinada a fazer a diferença, a educadora criou um projeto que utiliza o poder das brincadeiras para promover a diversidade e o respeito. Dessa forma, o projeto leva o nome “Conhecendo e reconhecendo as brincadeiras da Cultura Africana”.
“A Educação Infantil se constitui de um espaço, por excelência, de interação social, onde a criança, desde a mais tenra idade, aprende a conhecer melhor a si mesmo, seu próprio corpo, bem como a lidar com diferenças e semelhanças, quando interage com seus pares. Neste espaço, elas também demonstram suas preferências por brinquedos e com quem brincar”, destacou a professora.
O foco do projeto é construir um repertório de atividades lúdicas de origem africana para as crianças. A ideia é que elas tenham a oportunidade de conhecer mais sobre a cultura africana, valorizando suas diversas representações. Mesmo que uma parte significativa das raízes brasileiras venha da África, essa herança cultural muitas vezes é ignorada, e este projeto busca reverter essa tendência.
Valorizando a herança cultural afro-brasileira
Além de ensinar sobre a cultura africana, o projeto busca estimular o protagonismo negro desde a infância. Ele tem como objetivo mudar a forma como as crianças enxergam as questões raciais e promover uma reflexão crítica sobre a realidade, afirmando os valores culturais negros em nossa sociedade.
Os objetivos gerais do projeto incluem a valorização das diferenças culturais, o desenvolvimento da identidade pessoal e cultural, e a promoção da cultura negra na escola. Os objetivos específicos envolvem atividades como leitura, conversas, desenho, pintura, música e brincadeiras.
“É de fundamental importância abordar as diversidades étnico-raciais na Educação Infantil para que desde os primeiros anos as crianças construam uma autoimagem positiva, respeitando e valorizando as diversidades”, explica a professora Elisangela.
Brincadeiras que encantam e educam
O projeto já trouxe à sala de aula uma série de brincadeiras encantadoras e educativas. A confecção de bonecas, oficinas em família e dramatizações de histórias africanas são apenas alguns exemplos. A professora Elisangela também compartilhou algumas brincadeiras tradicionais africanas que em breve serão exploradas, como o jogo Terra-Mar, Meu Querido Bebê, Banyoka e Saltando Feijão. Além disso, foi realizada uma apresentação lúdica da história “Euzébia Zanza”, da autora Camila Fillinger.
“Em conversa sobre a história com as crianças, elas demonstraram satisfação em ter a oportunidade de se reconhecer em uma história voltada para a sua realidade, contribuindo, assim, para a sua identidade pessoal e cultural de modo a constituir uma visão positiva de si e dos outros com quem convivem, valorizando suas próprias características e as das outras crianças e adultos, superando visões racistas e discriminatórias”, explicou a pedagoga Solange Nascimento.
As atividades desenvolvidas dentro do projeto também têm encantado as famílias dos pequenos, que valorizam cada detalhe dessa construção coletiva em prol de um tema tão importante.
“O projeto está sendo muito importante para as nossas crianças, porque, através do brincar e do lúdico, elas estão aprendendo as diferenças e as cores das pessoas. É de criança que se aprende para a criança crescer com essa consciência, que somos todos iguais, independentemente da cor, somos todos iguais. E as crianças aprendem brincando, e através do brincar é que as crianças despertam o interesse. E para nós, enquanto pais, podermos fazer parte desse projeto, onde participamos junto com os nossos filhos na escola, está sendo bastante significativo”, disse Juliana Cristina, mãe do pequeno Théo.
“É muito importante a escola continuar fazendo essas atividades e demonstrando a cultura africana, mas também confeccionar outras atividades que envolvem outras culturas, para que as crianças possam ter conhecimento e sabedoria, também tem que respeitar os traços e o comportamento que cada coleguinha carrega na sua formação como ser humano. Achei muito interessante a atividade que foi desenvolvida sobre a oficina da “Euzébia”, onde a família pôde participar juntamente com o filho”, pontuou Iraceli Welmer, mãe de Lorenzo.
“Acho um ótimo projeto, pois é uma forma de ajudar as crianças a serem mais unidas, é um projeto muito importante, onde vamos juntos acabar com o preconceito entre eles, e com isso vamos ter cidadãos melhores. Parabéns pelo lindo trabalho, em trazer este tema para os nossos filhos”, frisou Joyce Gogge, mãe de Maitê.
Construindo um futuro mais respeitoso
O projeto com os pequenos do grupo 5 está transformando a sala de aula em um espaço onde a diversidade cultural é celebrada, e o respeito às etnias é cultivado desde cedo. As crianças não apenas aprendem sobre a cultura africana, mas também fortalecem sua autoestima e se tornam agentes de mudança em uma sociedade mais inclusiva.
Este projeto não é apenas educativo, mas também encantador. Cada brincadeira é uma oportunidade de aprendizado e diversão, e as crianças estão adorando cada momento. No Cmei do bairro Caratoíra, os profissionais da educação estão plantando sementes de respeito, diversidade e amor pela cultura africana, e essas sementes certamente colherão frutos de um mundo mais tolerante e inclusivo no futuro.
Dessa forma, o projeto tem encantado os demais profissionais que atuam na unidade de ensino. Para a professora Patricia Santos, à frente das turmas da jornada ampliada, grupos e 3 e 4, o projeto trata de um tema de extrema importância.
“A escola constitui-se como um espaço de criticidade, respeito, valorização das diferenças e sobretudo, práticas antirracistas. Com uma prática que perpassou e envolveu todo o espaço escolar, foi encantador vivenciar com as crianças e suas famílias a produção da boneca/princesa Euzébia. Além disso, com a contação e a dramatização da história de uma princesa de pele escura, nos mostra que todos sem distinção possuem a sua beleza e por isso todas as crianças podem ser consideradas como príncipes, princesas ou outro personagem que desejar e/ou imaginar”, destacou.
Para Mirian Rangel, Assistente de Educação Infantil do grupo 5, dentro da realização do projeto destacam-se a abertura de diálogos e o resgate de memória afetiva.
“A escolha do tema foi superimportante, pois trabalhar as brincadeiras da cultura africana em sala de aula abriu possibilidades de novos aprendizados para as crianças, tanto na descoberta do novo, como nos diálogos formados durante a execução do projeto, que foi além da sala de aula. Proporcionou para as famílias que se dispuseram a estar no ambiente educacional um resgate memorial através da oficina realizada”, pontuou.
A pedagoga Solange Nascimento reforça que o projeto trata de um tema imprescindível para a educação dos pequenos.
“O projeto ‘Conhecendo e reconhecendo as brincadeiras da Cultura Africana’ é de suma importância para o desenvolvimento da integralidade dos alunos, visto que potencializa a identidade, reforçando os conhecimentos históricos que retratam as suas famílias e comunidades onde estão inseridos. Vale ressaltar que apresenta a diversidade de maneira leve e natural, valorizando suas riquezas e heranças étnicas”, reforçou.
“O Projeto da professora Elisangela reforça o processo de ensino-aprendizagem, pois utiliza a estratégia de ensino alinhando os valores étnicos às vivências das crianças dentro do espaço escolar. Promovendo o trabalho integrado e colaborativo. Parabéns a toda a equipe!”, destacou o diretor da unidade de ensino, Jorge Bernardino.
Fonte: PMV
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