Cras São Pedro II desempenha um papel fundamental no acesso aos direitos sociais
Comprar óculos para voltar a enxergar com mais nitidez e detalhes. Esse era o sonho que a dona de casa Marina Rosa de Paula, de 66 anos, tinha há anos e, agora, estava prestes a se concretizar. Isso graças à sensibilidade e intervenção social da equipe do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) São Pedro II, que atuou para garantir à dona de casa o direito a benefícios concedidos às famílias em situação de vulnerabilidade.
Uma história que começou numa manhã comum, no mês de março de 2023, fruto do encontro de uma trabalhadora do Sistema Único da Assistência Social (Suas) com um morador da região. Este morador era o senhor Césario Rocha, de 75 anos. Sensibilizada com o olhar desolador e desesperançoso de Cesário, marido de dona Marina, que estava sentado num dos bancos na entrada do Cras, a coordenadora do espaço Kamilla Marques perguntou se estava tudo bem.
Como resposta, Cesário disse: “Já rodei um monte de lugar e parei aqui. Ninguém consegue resolver nada mesmo. Ninguém quer ajudar e informar direito as coisas para gente.”, resmungava. Apesar de estar no Cras, a reclamação não era direcionada à equipe do espaço, mas, sim, a de outros órgãos públicos pelos quais havia percorrido por meses, sem conseguir acessar o direito do recebimento do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e, assim ter uma melhoria na renda familiar do casal.
Kamilla Marques explicou que o BPC não é concedido pela municipalidade, mas o Cras tem papel preponderante na inclusão das famílias no Cadastro Único e orientações para acesso ao benefício.
“Esse é um benefício concedido pelo governo federal que usa a base de dados do CadÚnico. Nós, no Cras, atuamos para que a população tenha acesso a direitos. E foi isso que a equipe fez. Orientamos, explicamos, acompanhamos, auxiliamos sobre a documentação necessária, torcemos e vibramos com a conquista desse direito por parte de dona Marina”, comentou a coordenadora do Cras São Pedro II.
Sonho realizado
Hoje, quatro meses após a conversa no corredor, dona Marina comemora a realização do sonho. “Já mandei fazer meus óculos”, comentou ela, com um sorriso largo no rosto. Marina relatou que já estava sem esperança após mais de um ano de tentativas e ausência de resposta por parte do órgão responsável pela concessão do BPC.
Ela contou que o casal, até então, vivia com o valor do BPC recebido pelo marido. Tanto dona Marina quanto o marido estão com a saúde comprometida, o que exige a compra de medicamentos complementares para o tratamento, afetando o orçamento doméstico. Marina relatou que as contas foram acumulando, mesmo “enxugando” a lista de alimentos e reduzindo o número de refeições diárias.
“Com o passar dos anos as coisas foram ficando mais difíceis. Meu marido perdeu o telefone (número), porque não tínhamos condições de pagar. Agora, só temos um celular para marcar as consultas dos médicos e receber recados. Muitas vezes, não tínhamos comida à noite. A gente tomava um copo de leite morno e ia deitar”, disse ela.
Com o recebimento do BPC, Marina disse que começa a dormir mais aliviada e viver com mais qualidade.
“O apoio e acolhimento que recebemos do Cras foi maravilhoso. Lá eles são nota 1000. Elas trabalham bem, explicam direito. Me senti e sinto abraçada, acolhida pelo Cras. Já sei de cor o número do Cras. Tá registrado no meu celular”, comentou.
Para a coordenadora do Cras, Kamilla Marques, relatos como esses são mais um incentivo e uma demonstração de que na Assistência Social, o Cras, é a porta de acesso a direitos. É recompensador ver os munícipes acessando seus direitos e conseguindo ter mais autonomia em suas vidas.
Cras
O Cras São Pedro II tem 9752 famílias referenciadas, moradoras do território que engloba os bairros Conquista, Nova Palestina e Resistência. Lá, é possível acessar o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif), Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para pessoas idosas e pessoas com deficiência, acesso a Benefícios Eventuais, dentre outras ações.
Para a secretária de Assistência Social em exercício, Graziella Lorentz, ouvir dos usuários o impacto positivo e transformador da atuação dos trabalhadores do Sistema Único da Assistência Social (Suas) de Vitória em suas histórias de vida é recompensador.
“A Assistência Social e os serviços ofertados pelo Suas Vitória precisam atingir seus objetivos de acolhida, autonomia e convívio. Intervenções que causam esses impactos mostram que nosso trabalho está alcançando seus objetivos. O Suas precisa surtir esss resultados”, comentou Graziella.
Fonte: PMV
Especialista em moderação e revisão de conteúdo para jornais do consórcio de notícias, garante a qualidade editorial e a precisão das publicações, mantendo padrões rigorosos de precisão e excelência informativa.