Coronel Fabrício permanece na disputa eleitoral em Cachoeiro de Itapemirim
Representante da Polícia Militar quer se candidatar a prefeito, mas é cotado como vice de algumas chapas
O coronel Fabrício da Silva Martins, da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), quer se candidatar a prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado. À frente do 3º Comando de Polícia Ostensiva Regional (3º CPOR) até o início de junho, deixou o posto justamente visando as eleições de outubro deste ano. Entretanto, ele também é cotado para entrar como vice na chapa de algum dos pré-candidatos já colocados na disputa.
Entre os pré-candidatos com os quais têm mais possibilidade de compor estão Lorena Vasques (PSB), Diego Libardi (Republicanos) e Léo Camargo (PL). Theodorico Ferraço (PP), ao que tudo indica, terá Júnior Corrêa (Novo) como vice. Carlos Casteglione (PT), por sua vez, se distancia por falta de afinidade ideológica.
Atualmente, Martins está sem partido. Por ser militar da ativa, sua filiação só deverá ocorrer às vésperas do registro da candidatura, se as suas pretensões eleitorais vingarem. O fato de não ser vinculado a nenhuma sigla facilita a negociação com os demais pré-candidatos.
Ter um militar na chapa é avaliado por muita gente da política local como um trunfo para aumentar a votação, numa cidade em que quase 70% dos eleitores apostaram na reeleição do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro (PL), em 2022. O atual vice-prefeito, Ruy Guedes (PSDB), também é coronel da PMES.
Entretanto, segundo informações do mercado eleitoral, Fabrício Martins já tentou se articular com vários partidos, mas não conseguiu avançar com nenhum deles. Isso se deve, de acordo fontes dos meios políticos locais, à preferência em ser o candidato a prefeito, em vez de compor a chapa de algum outro concorrente.
Fabrício Martins foi candidato a deputado estadual em 2006, pelo extinto Partido Republicano Progressista (PRP) – seu nome de urna era Capitão Fabrício. Obteve 8,1 mil votos e ficou como suplente. Também foi secretário municipal de Segurança de 2006 a 2008, na última gestão do então prefeito Roberto Valadão (MDB), que morreu em maio deste ano.
Depois disso, dedicou-se à carreira na Polícia Militar, iniciada nos anos 1990, tendo exercido diversos postos de comando na Grande Vitória, em Barra de São Francisco, no noroeste do Estado, e Cachoeiro, cidade para a qual retornou em 2016. Tornou-se comandante do 9º Batalhão da PMES em 2019 e, em 2023, após ser promovido a coronel, passou a chefiar a área de policiamento ostensivo na região sul do Estado.
Desde o ano passado, o nome de Fabrício tem sido especulado como possível candidato na disputa majoritária em Cachoeiro. Caso se mantenha no páreo, a tendência é que reproduza o discurso de apelo à repressão policial que tem marcado as candidaturas ligadas aos militares.
Articulações eleitorais
Atualmente, os pré-candidatos de Cachoeiro têm se concentrado em tentar ampliar as alianças eleitorais. Por enquanto, Lorena Vasques tem apoio do Partido Socialista Brasileiro (no qual está filiado), do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). O trabalho, segundo informações de bastidores, está focado em articulações com outros partidos que compõem a base do governador Renato Casagrande (PSB).
Entretanto, o advogado Diego Libardi (Republicanos), que lançou oficialmente sua pré-candidatura a prefeito no último dia 24, tem tido mais sucesso em levar para o seu lado legendas ligadas ao governo do Estado. Isso inclui o Podemos, do deputado estadual Allan Ferreira, e o União Brasil, do também deputado estadual Dr. Bruno Resende – o presidente estadual do União, o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos Felipe Rigoni, mandou vídeo de saudação para o evento de Libardi.
Agir, Partido Renovação Democrática (PRD) e Partido Social Democrático (PSD) são as demais siglas que deverão apoiar Diego Libardi. Além do Coronel Fabrício, a ex-secretária de Desenvolvimento Social Márcia Bezerra (PRD) e a esposa de Dr. Bruno Resende, Rafaela Donadelli (União), são cotadas para compor a chapa do advogado.
Já o deputado estadual e ex-prefeito em quatro mandatos Theodorico Ferraço lançará oficialmente sua pré-candidatura a prefeito no próximo dia 11 – provavelmente, com Júnior Corrêa ao seu lado. A coligação em torno de Ferraço inclui, além de sua legenda, o Progressistas (PP), o Novo e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Também há conversas com o PSDB, que poderá mudar de lado.
O ex-prefeito Carlos Casteglione também tem tentado ampliar o raio de alianças eleitorais. Por ora, ele conta com uma frente de esquerda em seu apoio, que inclui a Federação Brasil da Esperança – Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Verde (PV) – e a federação formada por Partido Socialismo e Liberdade (Psol) e Rede Sustentabilidade.
O vereador Léo Camargo (PL), por sua vez, vive o dilema entre se arriscar em uma disputa majoritária difícil ou buscar garantir um segundo mandato na Câmara Municipal. Apesar dos rumores de uma possível desistência, ele tem dito que se mantém firme no páreo.
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