Cadeira da Inclusão: Posse dos Integrantes da Academia Capixaba de Letras da Diversidade
Os membros fundadores e imortais da Academia Capixaba de Letras da Diversidade tomarão posse no dia 15 de dezembro em cerimônia a ser realizada no auditório Hermógenes da Fonseca, às 17h, na Assembleia Legislativa do Espírito Santo. A proposta é imortalizar escritores que normalmente não são acolhidos nas academias tradicionais, como indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência, integrantes da comunidade LGBTQIA+, moradores de comunidades periféricas e detentos.
A Academia será presidida pela sua idealizadora, a professora e escritora Luciana Santos (foto acima), que também é criadora do coletivo literário Teresa de Benguela, com foco nas mulheres negras, que promove atividades literárias. O coletivo foi criado em julho de 2022, impulsionado pela foto histórica com mulheres escritoras, tirada na escadaria Maria Ortiz, Centro de Vitória, um mês antes.
Invisibilidade
Luciana afirma que, com o Coletivo Teresa de Benguela, percebeu-se a necessidade de ampliar espaços e atingir mais pessoas que têm sua produção literária, muitas vezes, invisibilizada. Aí veio a ideia da Academia Capixaba de Letras da Diversidade, que é a primeira do tipo no Brasil. A iniciativa é um importante movimento para, com o passar do tempo, quebrar o caráter excludente das academias de letras, compostas principalmente por homens brancos que nunca pisaram nas periferias.
Quebra
Essa quebra já vem acontecendo não somente em terras capixabas, com a iniciativa pioneira de Luciana Santos. Vale lembrar que em outubro último o escritor indígena e ativista ambiental Ailton Krenak foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Recebeu 23 votos e se tornou o primeiro indígena a ocupar uma cadeira na Academia, onde assumirá a de número 5, que pertenceu a José Murilo de Carvalho, morto em agosto deste ano.
Ailton Krenak na Ufes
Ailton Krenak, inclusive, estará na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), campus de Goiabeiras, em 1º de dezembro. Ele participará da Conferência “Futuro Ancestral”. A atividade terá início às 18h, em frente à sede da Associação dos Docentes da Ufes (Adufes), realizadora do evento. A atividade é aberta à comunidade universitária e ao público em geral.
Patronos
Mas voltando à Academia Capixaba de Letras da Diversidade, ela contará com 46 patronos, entre eles, ativistas, como Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 2018; cantores negros, como Elza Soares, Yvone Lara e Cartola; escritores capixabas, como os cronistas Rubem Braga e Carmélia Maria de Souza; e indígenas, como o cacique da aldeia Sapukai, localizada em Angra dos Reis, no interior do Rio de Janeiro, Domingos Venite; e Higino Pimentel Tenório, liderança indígena do povo Tuyuka, da região do Alto Rio Negro, no Amazonas.
Acadêmicos
Os 12 imortais que tomarão posse dia 15 são os escritores Viviane Lima, Douglas Dantas, Joel Caldeira, Vania Venâncio, Kátia Fialho, Luciana Santos, Noélia Miranda, Mar Céu, Eglair Carvalho, Ida Borchardt, Aline Jaxuca e Gustavo Forde.
E-book de fotografia
Está disponível para download gratuito o e-book Barra do Jucu: entre rendas, redes e raízes. Uma jornada pela história, cultura e natureza da região. A obra traz fotografias que abordam a riqueza histórica e a cultura ancestral presentes da Barra do Jucu, destacando as rendeiras de bilro, patrimônio da Barra. As imagens foram feitas a partir das disciplinas Direção de Arte e Fundamentos da Fotografia, respectivamente ministradas pelas professoras Aparecida Torrecillas e Elizabeth Nader, para as turmas do 1° e 3º períodos do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade de Vila Velha (UVV).
Leitura Dramática
A produtora Fabulanas Filmes realizará a leitura dramática do roteiro do longa-metragem de ficção Mirada, escrito por Maria Fabíola e Anderson Cacilhas, na terça-feira (28), às 19 horas, na sede da Má Companhia de Teatro, no Centro de Vitória. A entrada é gratuita. Para o elenco foram convidados os atores da Cia Repertório Léia Rodrigues, Antônio Apolinário, Thaynara Bromenchenkel e Daniel Boone. Além deles, atuarão Margareth Galvão, Ivny Matos, Federico Nicolai, Joca Simonetti, Ângela Dionizio, Lorena Lima e Anisia Luiza.
Leitura Dramática II
Leitura dramática é a apresentação oralizada de um texto dramático, classificado como um tipo de gênero intermediário entre a leitura de um texto por um ou vários atores e a sua espacialização ou encenação. Constitui uma ferramenta de investigação das intenções e emoções das personagens, explorando a narrativa defendida pelo autor. Comum no Teatro, a leitura dramática não é uma prática habitual no cinema. A ação, portanto, é considerada inovadora. O roteiro de Mirada está em processo de escrita e estima-se que sejam produzidas mais de 10 versões até que se chegue ao roteiro final que será filmado.
Sinopse
Mirada conta a história de Inês, 40 anos, capixaba, professora universitária de literatura, que vive sozinha em Buenos Aires, cidade onde havia se casado com o argentino Matias. Após uma tragédia pessoal, ela resolve retornar à sua cidade natal, Vitória, onde vai se deparar com fantasmas que acreditava ter deixado no passado. Seu desafio é se reconectar e estabilizar os próprios sentimentos em meio à tempestade que colocou a sua vida à deriva.
Especialista em moderação e revisão de conteúdo para jornais do consórcio de notícias, garante a qualidade editorial e a precisão das publicações, mantendo padrões rigorosos de precisão e excelência informativa.