Estudantes da EJA em Aventura Noturna: Explorando o Parque da Fonte Grande sob a Lua Cheia.
Conhecer o território em que vive, suas possibilidades e potencialidades é um dos objetivos trabalhados sistematicamente na Educação de Jovens Adultos (EJA) de Vitória. Por isso, a equipe escolar da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Neusa Nunes Gonçalves, em Nova Palestina, propôs para um grupo de 40 estudantes da modalidade a realização de uma jornada única de descoberta e encanto no Parque da Fonte Grande.
Liderados pela coordenadora de turno Silmar, pela pedagoga Benivalda e pelas professoras Seleida e Vanderléia, verdadeiras entusiastas da natureza, os estudantes embarcaram em uma viagem que os levou a explorar a riqueza da biodiversidade e a tranquilidade do parque e, principalmente, vivenciar a observação da lua cheia. Localizado no maciço central de Vitória, o parque proporcionou o cenário perfeito para essa incrível aventura educacional.
A ideia de explorar a lua cheia surgiu da pedagoga Benivalda, que acreditava que esse espetáculo celestial poderia inspirar seus alunos a olhar para o mundo de uma maneira completamente nova. Sob o brilho prateado da lua, eles começaram a caminhar pelas trilhas do parque, munidos de expectativa e muita curiosidade.
“A atividade foi pensada para envolver nossos estudantes em uma atividade cultural e ambiental envolvendo a nossa região, pensando em atender aos objetivos de diversas disciplinas em especial das aulas de Ciências e Geografia”, explicou a pedagoga.
Dessa forma, além de se conectar com o território em que vivem, a visita pedagógica possibilitou aos estudantes estudar na prática a dinâmica do sistema solar, localizando o planeta terra neste sistema, na galáxia e no universo, identificando seus movimentos e suas relações com os ritmos dos seres vivos e da natureza, associando às questões sociais, culturais e econômicas.
“Possibilitar aos estudantes da EJA esse momento valioso de interação social e aprendizagem, usufruir e apropriar-se de um espaço comunitário que é deles, aprender com essa experiência, foram os grandes êxitos dessa atividade”, explica a coordenadora de turno, Silmar Abreu.
Ao longo do passeio, os alunos não apenas admiraram a beleza da lua cheia, mas também tiveram a oportunidade de observar as ricas fauna e flora do parque. Eles avistaram pássaros noturnos, se maravilharam com os sons da floresta à noite e se surpreenderam com a diversidade de vida que chamava o parque de lar.
Além disso, a noite no Parque da Fonte Grande não foi apenas educativa, mas também uma oportunidade para os estudantes relaxarem e, sob o cenário mágico da lua cheia, compartilhar risadas e histórias, formando laços mais fortes como comunidade. Vale ressaltar que, para muitos desses alunos, a visita ao parque foi uma experiência completamente nova. As exigências da vida corrida e das rotinas de suas famílias frequentemente limitam suas oportunidades de explorar os espaços naturais ao redor.
Sendo assim, no final da noite, os alunos, antes desconhecidos do Parque da Fonte Grande, partiram com corações cheios de gratidão e com uma nova apreciação por sua vizinhança e pelo meio ambiente. A visita não apenas os ensinou sobre a natureza, mas também os inspirou a explorar mais, questionar mais e nunca subestimar as riquezas escondidas em seu próprio quintal.
“Fui ao passeio da escola no parque e foi muito bom estar nesse local com os professores e colegas de turma. Também encontramos outros colegas de outras escolas, e foi uma oportunidade única e cheia de aprendizado”, contou a estudante Isabela Paixão, 35 anos.
“O passeio foi muito importante para conhecermos o local, eu ainda não conhecia o Parque, mesmo estando tão próximo. Tivemos uma noite superleve e divertida, e cheia de aprendizado também”, afirmou Josuel Francisco, 76 anos.
“Eu gostei muito dessa visita ao parque, fui lá pela primeira vez e amei muito todos os detalhes dessa visita pedagógica. Foi um momento muito especial com a turma e os colegas”, contou Nilzabete Oliveira, 46 anos.
“Eu gostei muito do passeio, eu moro aqui há 47 anos, quando vim da Bahia, e nunca tinha ido no parque. Achava que a Fonte Grande era mais pro centro da cidade. Muito bacana conhecer o local, estou agradecida pela oportunidade”, destacou Maria Aparecida, 48 anos.
Aprendizagem integral
A jornada noturna ao Parque da Fonte Grande serviu como um lembrete de que a educação pode acontecer em qualquer lugar e a qualquer momento, e que a curiosidade e o encanto podem ser catalisadores poderosos para a aprendizagem. Foi uma oportunidade de unir a comunidade, abrir mentes e mostrar que a beleza e o conhecimento estão ao alcance de todos, independentemente de onde vivam ou de suas circunstâncias.
“Foi muito significativo podermos estar a 300 metros acima do nível do mar, no horário noturno, contemplando a vegetação, a paisagem urbana noturna e o relevo de Vitória que, por sua vez, caracteriza-se pelo predomínio de planícies. Além disso, enfocamos a história da fundação do parque municipal na década de 80, bem como as espécies das suas fauna e flora”, pontuou a professora Seleida.
Para a professora Vanderléia, o objetivo pedagógico principal da visita ao Parque da Fonte Grande foi possibilitar aos estudantes uma experiência concreta de relação entre o que estão estudando em sala de aula e o mundo. De forma que, a partir dessa articulação entre a aprendizagem escolar e a contemplação dos fenômenos, possam elaborar suas conclusões em atitude ativa de construção do próprio conhecimento.
“É papel da escola garantir que o estudante tenha uma formação integral, entendemos que isso refere-se também a conhecer e a usufruir de espaços de lazer. São estas formações que possibilitarão a todo estudante a participação ativa no cuidado e na valorização do meio em que vive. Nesse aspecto, o que ratifica nosso posicionamento são os relatos dos estudantes acerca da impressão que tiveram sobre o local: ‘é de graça’, ou ‘tem que pagar pra entrar?’, ‘fica onde esse parque? na região de Domingos Martins?’. Essas eram indagações comuns entre todos os meus estudantes, os quais são moradores antigos da região em que está localizado esse parque estadual”, frisou a educadora.
Fonte: PMV
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