Exploração Marítima: Espírito Santo Assume Liderança na Busca por Atividades de Mineração no fundo do Mar

Exploração Marítima: Espírito Santo Assume Liderança na Busca por Atividades de Mineração no fundo do Mar

O Estado é destaque nacional, com 287 processos ativos para exploração; uma empresa já retira calcário conchífero para uso agrícola

Mineração no fundo do mar

Com o esgotamento dos recursos minerais terrestres e um mercado com crescente demanda por metais e minerais, a exploração dos recursos do fundo do mar tem se mostrado cada vez mais uma alternativa promissora.

Por lá, podem ser encontrados recursos para produtos tecnológicos que terão demanda cada vez maior, como baterias e também base para fertilizantes, entre outros, além da já consolidada produção de petróleo.

E, nessa nova corrida para buscar recursos minerais no fundo no mar, o Espírito Santo tem destaque nacional, com 287 processos ativos para exploração. Em seguida aparecem Bahia e Maranhão, com 126 e 85, respectivamente. No total, são 834 processos no país.

O Espírito Santo também lidera em número de áreas autorizadas para exploração no Brasil. São 203 processos autorizados para pesquisa no litoral capixaba de um total de 525 no país. Dois estão autorizados a lavrar, de 15 no país, de acordo com dados da Agência Nacional de Mineração (ANM).

287 é o número de processos ativos no ES

Mas quais são os recursos mais procurados? Segundo informações da ANM, a principal substância dentre os processos ativos no Espírito Santo é o fosfato, com 49% dos pedidos, mas também há outras requisitadas:

  • algas calcárias
  • areia
  • boratos
  • calcário
  • calcário conchífero
  • calcário coralíneo
  • ilmenita
  • minério de hafínio
  • minério de titânio
  • sais de potássio
  • sal-gema

As substâncias são destinadas para uso industrial, como fertilizantes, fabricação de cal e construção civil.

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Mesmo liderando os processos de pesquisa, no Espírito Santo há apenas uma empresa com concessão autorizada para retirada de materiais do fundo do mar, de acordo com o Ministério das Minas e Energia (MME). A autorização é para mineração do calcário conchífero e a sua proposta é para uso agrícola, após seu processamento.

O professor Alex Bastos, do Departamento de Oceanografia e Ecologia da UFES, explica que para começar a explorar os recursos no fundo do mar é necessário entrar com um pedido de pesquisa em determinada área na jazida definida, o que normalmente vai sendo renovado.

Ele citou que o principal material retirado atualmente é a areia, normalmente usada para engordamento de praias. Existem outros tipos de depósitos no fundo do mar chamados de granulados associados à concha ou fragmento de algas calcárias. “Esses fragmentos são usados principalmente para correção do solo, no caso do fosfato, como fertilizante. As conchas são destinadas para  indústria do cimento”, explica.

O professor detalha que a lavra dos granulados é feita em área onde não há mais algas vivas. E esses sedimentos são ricos em minerais. No Espírito Santo, segundo ele, as regiões mais ricas desses materiais ficam entre Marataízes e Aracruz.

Como é feita a extração?

A extração mineral no mar ainda se concentra em pequenas profundidades, até 150 metros, e é feita próxima à costa. No Espírito Santo, os processos de concessão de lavra são de 27 km da costa. Na Bahia, a distância máxima é 10 km da costa, na Bahia e no Maranhão de cerca de 40 km.

E para retirar os materiais normalmente autorizados, como  areias, bioclastos marinhos, minérios de fosfato, conchas calcárias, calcários conchíferos, os equipamentos utilizados são dragas para sucção e/ou navios de pequenos portes, usados também para transporte até o território. Em grandes profundidades, o custo ainda é considerado alto, segundo o ANM.

Reprodução: A Gazeta