Arte em diálogo: visitas mediadas por artistas aproximam o público da criação contemporânea capixaba na OÁ Galeria

Arte em diálogo: visitas mediadas  por  artistas aproximam o público da criação contemporânea capixaba na OÁ Galeria

A exposição A Cidade Sou Eu, em exibição na OÁ Galeria, entra em uma nova fase com a realização de uma série de encontros mediados pelos próprios artistas participantes. A iniciativa busca fomentar uma relação mais próxima entre a cena artística local e o público, promovendo momentos de escuta, reflexão e convivência dentro do espaço expositivo.

 

Em um calendário cuidadosamente organizado, sempre às terças ou quartas-feiras, duplas de artistas recebem o público para conversar sobre seus percursos criativos, contextos das obras apresentadas e percepções sobre o fazer artístico no Espírito Santo. A proposta dessas visitas guiadas é ir além da contemplação estética, abrindo espaço para o diálogo e para a construção de sentidos compartilhados.

 

Com entrada gratuita, as mediações são oportunidades únicas para os visitantes mergulharem nas camadas poéticas, políticas e sensoriais que compõem a mostra. As conversas acontecem em meio às obras, no ambiente da galeria, permitindo uma vivência direta e informal com os trabalhos e seus autores.

 

A visita guiada da próxima quarta-feira, dia 21 de maio, marca um momento especial dentro da exposição. A mediação será conduzida pelas artistas Barbara Carnielli e Natália Guarçoni, que estarão presentes para partilhar com o público as camadas visíveis e invisíveis de seus processos criativos.

 

Para Barbara Carnielli, esse encontro representa mais que uma simples apresentação:

 

“A visita guiada é um momento muito especial dentro da exposição A Cidade Sou Eu. Mais do que uma simples apresentação, este encontro propõe uma pausa , um espaço para respirar, escutar e trocar. Em um tempo em que tudo é tão rápido e fragmentado, a visita guiada nos permite aprofundar o olhar, atravessar a superfície das obras e acessar suas camadas mais íntimas.”

 

“Estar presente para falar sobre a minha obra Estudo do It é importante porque amplia o sentido do trabalho. A presença do público, suas perguntas, suas escutas e percepções transformam a obra, completam o ciclo da criação. Essa troca direta entre artista e espectador é rara e valiosa: ela humaniza, aproxima, afeta.”

 

“Durante a visita, quero compartilhar não apenas o que está visível, mas também o que moveu a criação — as dúvidas e os atravessamentos que deram origem à obra. Estudo do It parte de uma experiência íntima e visceral, mas que dialoga com questões coletivas, especialmente no contexto de uma cidade que nos molda, nos tensiona e, muitas vezes, nos engole.”

 

“A visita guiada é um convite à escuta sensível, à presença e à construção de sentido em conjunto. Espero que seja um momento de conexão, reflexão e, sobretudo, de reconhecimento,de si, do outro e da cidade que nos atravessa.”

Barbara Carnielli / Créditos: Cacá Lima

 

Natália Guarçoni também enfatiza o valor do contato direto com o público:

 

“A visita guiada nas exposições é muito importante porque dá a chance de conhecer o que motivou o artista na criação das obras e entender seu percurso e vivências. Na arte contemporânea, a pesquisa é parte fundamental do trabalho , e compreendê-la pode levar a um outro nível de entendimento e conexão.”

 

“Pessoalmente, gosto de deixar que o observador tenha, primeiro, suas próprias impressões e sentimentos, porque a beleza da arte também está nisso: em como cada um interpreta a partir da sua forma de ver o mundo e da bagagem que carrega.”

 

“Depois disso, a troca entre o artista e o observador interessado pode ser muito rica — não só pela explicação do artista, mas também pela escuta: saber o que tocou a outra pessoa é, pra mim, uma parte muito especial do processo.”

Natália Guarçoni / Créditos: Cacá Lima

 

Confira o calendário completo dos próximos encontros:

Quarta-feira, 21 de maio, às 15h – Barbara Carnielli e Natália Guarçoni

Quarta-feira, 28 de maio, às 15h – Ana Luzes e Re Henri

Quarta-feira, 4 de junho, às 17h30 – Juliana Morgado e Richard Fiorio

Terça-feira, 10 de junho, às 16h – Maria Tereza e Renato Ren

Em cartaz até 4 de julho, A Cidade Sou Eu apresenta um recorte potente da produção artística atual no Espírito Santo, reunindo mais de 40 obras assinadas por dez nomes que exploram diferentes suportes, linguagens e abordagens visuais. Os artistas presentes na mostra são: Ana Luzes, Barbara Carnielli, Juliana Morgado, Maria Tereza, Natália Guarçoni, Natan Dias, Re Henri, Renato Ren, Richard Fiorio e Thiago Sobreiro.

 

A curadoria se destaca pela valorização da diversidade,tanto nos temas quanto nas técnicas,e propõe um panorama multifacetado da vida urbana e das subjetividades que habitam Vitória. A exposição transforma o espaço da galeria em um campo de diálogo sensível entre arte, território e memória.

Além dos encontros com artistas, a mostra pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h (exceto feriados). A entrada é gratuita, e o convite se estende a todos que desejam descobrir ou redescobrir a cidade por meio dos olhares e gestos de seus artistas.

 

Serviço

Mostra: A Cidade Sou Eu

Visitas com artistas: às terças ou quartas-feiras (veja programação acima)

Período: 2 de maio a 4 de julho de 2025

Horário de funcionamento: Segunda a sexta, das 10h às 19h (exceto feriados)

Local: OA Galeria – Av. César Hilal, 1180, loja 9 – Praia do Suá – Vitória/ES

Informações: (27) 99944-5001 | [email protected] | @oagaleria

 

Foto de capa: Créditos, Bruno Coelho