Bate-papo sobre direitos sociais atrai dezenas de mulheres acima de 60 anos no bairro Santo André
Um bate-papo sobre direitos sociais, proteção social e cuidados pessoais atraiu dezenas de mulheres acima de 60 anos de idade, e alguns homens, ao Centro de Esportes e Artes Unificado (CEU), em Santo André.
A ação foi organizada pelas equipes do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos do território de São Pedro, pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Izaltino Alves e da Unidade Básica de Saúde (UBS) Santo André. O evento marcou o encerramento das atividades alusivas ao mês da mulher daquele território.
Para Maria das Graças S., de 72 anos, falar sobre esses temas serviu também como alerta para muitos que ali estavam, apesar da existência de vários canais de comunicação e das redes sociais, pois ainda há pouco acesso a esse tipo de informação e, consequentemente, desconhecem seus direitos.
“O bate-papo foi importante para abrir os olhos de alguns sobre a exploração financeira dentro das famílias. Muitos filhos, genros e até netos acham que é nossa obrigação ficar tirando empréstimo, emprestando dinheiro para cobrir os rombos financeiros deles. É preciso ter coragem de dizer ‘não’. Há diferença entre ser boa e boba. Não podemos ser bobas”, comentou Maria das Graças.
Para Sônia Maria de Oliveira, de 69 anos, a fala mais impactante foi feita pela coordenadora de Promoção e Defesa da Mulher, Adelina Lins ,sobre expressões muitas vezes utilizadas para se referir à pessoa idosa: “senhorinha”, “coitadinha”, “tão velhinha”.
“A minha idade não me transforma em uma coitadinha, nem em uma pessoa menor. A forma de se referir a pessoa acima do 60 anos demonstra o seu respeito ou não pelo idoso. Não gosto de ser tratada de forma infantilizada, no diminutivo. Já sou baixa (referindo-se a sua estatura) não precisam me diminuir mais”, comentou, sorrindo, Sônia.
Gilson Domingos Nascimento, de 65 anos, um dos poucos homens no encontro, afirmou que ouvir sobre como uma mulher deve ser tratada e respeitada foi muito importante. Ele fez questão de dizer que a palestra foi um toque para que os homens saibam da importância de tratar as mulheres com mais amor e carinho. “Não é só querer e exigir. É cuidar e é dar em troca. É respeitar”, disse. Gilson estava no local acompanhando a esposa Sebastiana Bastos Barbosa, de 83 anos, com quem é casado há 11 anos.
A secretária de Assistência Social da capital, Cintya Schulz, afirmou que a pauta da mulher é um assunto também do homem. “Cada vez mais é preciso chamar os homens para este debate dos direitos e da proteção necessária a toda mulher”, disse.
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