Policiais Militares do ES Usarão Câmeras a Partir de Outubro

Policiais Militares do ES Usarão Câmeras a Partir de Outubro

Um apoio na segurança dos policiais e auxílio no esclarecimento de contradições. As 200 câmeras que ficarão disponíveis para os militares devem estar nas ruas em outubro deste ano.

De acordo com o subsecretário de Estado de Comando e Inovação, coronel André Có, a Polícia Militar do Batalhão de Trânsito (PMs da BPTran) e as equipes da 12ª Companhia, serão os primeiros a utilizar o equipamento.

“Este é um projeto piloto, então decidimos escolher esses grupos como estratégia. O BPTran justamente porque é uma equipe que fica aquartelada, que é um grupo que fica na unidade até um acionamento, além disso, existem muitas contradições relacionadas a blitz. Muitas vezes o condutor está com sinais claros de embriaguez e relata que não. As pessoas falam de abuso de autoridade, e geralmente isso acontece com a equipe do BPTRan, com a câmera vamos saber de forma clara o que acontece nas abordagens”, destacou.

Já em relação à escolha da 12ª Cia, o coronel destaca que a companhia atua em bairros que habitam diversos públicos, o que pode ajudar a entender como o novo equipamento será recebido nas ruas.

“A 12ª tem atuação nos bairros de Jardim Camburi, Camburi, Jardim da Penha, bairro República. Entendemos que nesses locais temos uma população heterogênea, sendo assim, vamos conseguir captar como eles estão recebendo essa nova modalidade, se estão entendendo o equipamento de forma positiva ou negativo”, esclareceu.

Como vai funcionar

O secretário conta que as câmeras não ficarão ligadas durante todo o turno dos militares. Serão em momentos específicos. “Eles têm 12h de trabalho, não há condições de ficar com a câmera ligada todo esse tempo. Além disso, eles precisam parar para almoçar entre outras coisas”, destacou.

André Có narra que os aparatos serão interligados com o Ciodes. São eles que ficarão responsáveis por ligar a máquina no momento que acontecer um acionamento.

“As câmeras serão ligadas automaticamente a partir de um acionamento do Ciodes. Assim que a equipe receber a ligação e encaminhar a viatura, o equipamento será ligado de  acordo com o chamado”, relatou.

André Có esclareceu ainda que os militares que vão utilizar os equipamentos também poderão ligar as câmeras, mas em casos específicos. “A princípio elas vão ser acionadas pelo Ciodes, mas se o militar sentir a necessidade de fazer isso, ele poderá. Muitas vezes o policial está em patrulhamento e surge uma situação que ele precisa ligar. Como foi o caso de um policial militar que sofreu injúria racial. Se não fosse por uma câmera externa, seria a palavra do militar contra da pessoa abordada na blitz”, explicou.

Expectativa com o novo equipamento

O coronel ressalta ainda que outros estados já estão trabalhando com o aparelho, e que no Espírito Santo a iniciativa foi um trabalho em grupo da Polícia Civil (PCES), Polícia Militar (PMES), Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp). “Reforço que é um projeto piloto. Então, além de auxiliar no dia a dia do militar, vamos avaliar também a potencialidade do equipamento, o consumo de armazenagem, quanto tempo ficaremos com o material gravado guardado, se o formato que teremos será o melhor, ou se vamos mudar futuramente”, declarou.

Câmeras são terceirizadas

O subsecretário explicou que, nesta oportunidade, as câmeras serão terceirizadas por uma empresa que não teve o nome divulgado. “Neste primeiro momento decidimos fazer desta forma. A empresa vai ficar responsável por fornecer os 200 equipamentos, além da reposição caso surja algum problema”.

André Có conta ainda que o processo não é tão simples, e a empresa será responsável ainda pelo carregamento dos equipamentos, descarga dos arquivos, armazenagem, controle e administração das gravações.

“Estamos trabalhando com equipamento de forma que não possa existir manipulação. Será um arquivo inviolável, não poderá ser apagado ou ter a gravação interrompida”, citou.

Ajuda em processos

Ainda de acordo com o coronel, muitos problemas podem surgir durante o trabalho do militar. Situações como injúria racial, acusação de abuso de autoridade e versões diferentes de abordagens estão entre elas e, o uso da câmera, pode auxiliar a esclarecer esses pontos.

“Elas vão ajudar a sanar versões antagônicas pelas imagens. Situações que envolvem militares e cidadãos em blitz, geralmente assuntos que envolvem alcoolemia têm duas versões, então isso pode acolher o serviço policial. Defesa do militar também, porque o cidadão vai começar a pensar antes de confrontar um policial”, ressaltou.

André Có pontua ainda que outros apoios podem surgir a partir do uso das câmeras.

“Os materiais podem ajudar em enquetes policiais, ações na Justiça, no Ministério Público, questões administrativas da polícia e do órgão que necessitar, ademais, servirão como material para trazer veracidade aos fatos”.

Para finalizar, o subsecretário de Estado de Comando e Inovação fala que foi seguido o protocolo estipulado pelo Ministério da Justiça e todas as normas estão sendo cumpridas antes das câmeras circularem.