Alerta Epidêmico: Espírito Santo Lidera em Casos de Dengue com Maior Incidência no Brasil

Alerta Epidêmico: Espírito Santo Lidera em Casos de Dengue com Maior Incidência no Brasil

Foram 191.131 casos e 98 mortes no ano passado, aumento significativo em relação aos 20.929 casos e 6 mortes registradas em 2022.

O Espírito Santo teve uma explosão de casos de dengue em 2023 e registrou a maior incidência da doença no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa/ES). Foram 191.131 casos no ano passado, número quase dez vezes maior do que os 20.929 registrados em 2022.

A incidência cresceu no mesmo rítmo, foram 4.702,97 casos por 100 mil habitantes em 2023, e 514,98 em 2022. Já a quantidade de mortes fechou em 98, aumento expressivo se comparado aos seis óbitos de 2022. São Paulo foi o estado que mais registrou mortes, ao todo foram 286.

A taxa de incidência por 100 mil habitantes do Espírito Santo foi mais que duas vezes superior a de estados como Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. Em relação ao número total de casos, o estado ficou em quinto lugar.

Números da dengue do Brasil em 2023

Estado Total de casos Incidência Óbitos
Espírito Santo 191.131 4.702,97 98
Minas Gerais 408.396 1.988,42 197
Santa Catarina 144.371 1.897,22 98
Paraná 212.588 1.857,77 128
Mato Grosso do Sul 46.524 1.687,67 41
Distrito Federal 38.587 1.369,76 7
Acre 8.438 1.016,59 0
Goiás 69.719 988,19 37
Mato Grosso 28.424 776,86 21
São Paulo 339.602 764,52 286
Rondônia 10.641 673,05 7
Rio Grande do Sul 38.657 355,29 54
Bahia 48.040 339,83 34
Rio de Janeiro 49.330 307,27 30
Tocantins 3.818 252,6 2
Rio Grande do Norte 7.889 238,89 2
Piauí 7.585 232,01 4
Paraíba 7.382 185,73 5
Ceará 14.918 169,68 8
Amapá 1.237 168,64 0
Amazonas 6.450 163,66 12
Sergipe 3.302 149,44 10
Alagoas 4.249 135,86 3
Pernambuco 8.916 98,43 4
Pará 6.075 74,85 1
Maranhão 5.023 74,14 8
Roraima 237 37,25 0

Na avaliação do subsecretário de estado de Vigilância em Saúde do Espírito Santo, Orlei Amaral Cardoso, a alta tem relação com os sorotipos da dengue que circularam no estado no ano passado, além das condições climáticas favoráveis a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

Começamos com o sorotipo 1 até o mês de fevereiro e depois identificamos o sorotipo 2, e verificamos uma aceleração do número de casos com dois sorotipos funcionando ao mesmo tempo”, explicou Orlei.

“Além disso, temos uma quantidade muito grande de mosquito circulando. 2023 foi muito seco e com chuva intermitentes, condições favoráveis para o vetor. Isso também influenciou no aumento da epidemia”, finalizou Orlei .

O que é incidência de casos da doença?

O Ministério da Saúde considera três níveis de incidência acumulada das quatro últimas semanas dos casos de dengue: baixa (menos de 100 casos/100 mil habitantes), média (de 100 a 300 casos/100 mil habitantes) e alta (mais de 300 casos/100 mil habitantes).

A taxa de incidência é um indicador de alerta e ajuda a orientar as ações de combate à dengue dos estados e municípios.

 

Vacinação

A respeito da vacinação contra a dengue, o subsecretário informou que a previsão é que os imunizantes sejam liberados para os estados a partir de fevereiro, mas de forma limitada.

 

O grande problema é que a empresa que fabrica a vacina tem uma produção pequena. O Ministério da Saúde colocou que eles devem entregar 5 milhões de doses para o Brasil”, destaca Orlei.

 

Como a quantidade é pequena, o Ministério da Saúde vai verificar como será a aplicação, levando em conta o critério populacional e as faixas etárias, procedimento semelhante ao realizado no início da vacinação contra a Covid-19.

Vacinação contra a dengue deve ser liberada no ES a partir de fevereiro. — Foto: Arquivo Comus
Vacinação contra a dengue deve ser liberada no ES a partir de fevereiro.

O imunizante protege contra os quatro sorotipos da dengue, mas, apesar de ser importante para evitar a contaminação com a doença, ainda será necessário manter medidas de combate e prevenção ao mosquito.

A vacina tem fator limitante: crianças até 4 anos não vão poder tomar, nem as pessoas acima de 60, e se pegarmos os óbitos por dengue, a maior faixa etária que morre é acima dos 60. Além disso, a quantidade de doses é limitada. Estamos felizes com esse movimento da chegada das vacinas, mas sabemos que ela não vai resolver o problema de imediato”, observa o subsecretário.

A vacina tem fator limitante: crianças até 4 anos não vão poder tomar, nem as pessoas acima de 60, e se pegarmos os óbitos por dengue, a maior faixa etária que morre é acima dos 60. Além disso, a quantidade de doses é limitada. Estamos felizes com esse movimento da chegada das vacinas, mas sabemos que ela não vai resolver o problema de imediato.
Fonte: G1